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O QUE ELES TÊM DE TECHNO QUE ELAS NÃO TÊM?

Mariana Zampoli é DJ há cerca de seis meses, tocando em algumas festas de Campinas (SP) e da capital paulista. No final de 2017 deixou a faculdade de arquitetura — sonho antigo dos pais — para fazer o que realmente queria: ser DJ, atuando no techno, gênero da música eletrônica. Fez então um curso de discotecagem e atualmente frequenta aulas de produção musical na Aimec (Associação Internacional da Música Eletrônica), em Campinas, porque quer começar a produzir suas músicas, para além de apenas mixá-las, ou seja, misturar faixas de outros artistas. É essa fusão de músicas, aliás, que caracteriza a profissão de DJ: não é um profissional que meramente escolhe um repertório de canções, mas que constrói algo a partir delas. Mariana, assim como outros nomes, é prova da resistência feminina na cena eletrônica brasileira. Segundo dados da Rio Music Conference (RMC), apenas 1,7% dos DJs do Brasil são mulheres. Em relação ao techno, não há dados disponíveis, mas o cenário parece se confirmar: nos diversos eventos dessa vertente que vêm sendo realizados no Brasil nos últimos anos, os homens dominam os line-ups, ou seja, a escalação de artistas que se apresentam em uma festa.

Os números de 2017 comprovam a desigualdade de gênero. O Dekmantel São Paulo, festival que surgiu em Amsterdã com foco nos estilos techno e house, foi realizado em fevereiro e teve quatro palcos, com 55 artistas: dentre esses, apenas 12 eram mulheres. O Warung Day Festival Paraná, eleito pela RMC o melhor festival de eletrônica do Brasil, contou com três palcos e 21 artistas: 17 homens e quatro mulheres. O Electric Zoo Brasil, criado em 2009 em Nova York, trata-se de um evento que ocorre em várias cidades e reúne nomes importantes da cena mundial, tanto da underground (alternativa) quanto mainstream (estilo mais comercial, tocado nas rádios): a última edição em São Paulo teve três palcos, 30 DJs, e apenas uma mulher entre eles. No Só Track Boa Festival, que surgiu em 2015 e já foi realizado em mais de 35 cidades de 14 estados brasileiros, com um público total que ultrapassou 200 mil pessoas, nenhum dos 19 artistas da última edição paulistana era mulher. E a lista poderia continuar.

O TECHNO

O estilo techno é caracterizado por um som mais pesado, com batidas mecânicas e nada suaves. O movimento começou em Detroit, cidade dos Estados Unidos conhecida por suas fábricas de automóveis, o que influenciou o surgimento de um som mais industrializado e metalizado, baseado no que se ouvia na linha de produção de uma da indústria. “The Belleville Three” foi o grupo pioneiro na vertente, segundo a teoria mais popular sobre o surgimento do gênero. Os três amigos Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson começaram a fazer música com aparelhos eletrônicos chamados de sintetizadores — instrumentos utilizados para deixar o som mais metalizado.

Desde sua origem, as festas de techno são caracterizadas por uma atmosfera underground, ou seja, elas acontecem normalmente em ambientes abandonados, decorados com luzes coloridas e panos. São frequentadas por jovens vestidos com roupas escuras ou com fantasias, que vão desde unicórnios coloridos até roupas mais ousadas, com apelo sexual (sobretudo no caso de alguns frequentadores da comunidade LGBTs). Com esse caráter alternativo, se poderia supor que o movimento rompesse barreiras e preconceitos. Entretanto, em relação à desigualdade de gênero nos line-ups, não é o que ocorre.

“House e techno que são músicas que começaram com a negritude e com pessoas LGBTs nos Estados Unidos. As festas passam essa ideia de um espaço onde todos são bem-vindos. Mas, apesar disso, nesse lugar hoje só tem um grupo de pessoas [os homens brancos], e isso quer dizer alguma coisa”, explica Misael Franco, idealizador da Coletividade Namíbia — grupo que busca integrar o público negro (incluindo mulheres) ao cenário eletrônico, com o objetivo de dar maior visibilidade aos seus membros que atuam no campo das artes visuais e da música eletrônica de São Paulo. Franco explica que organizou o movimento porque via os negros nas festas apenas como seguranças e garçons (para esta reportagem, aliás, não encontramos nenhuma DJ negra que pudesse dar seu depoimento).

“A DESIGUALDADE NO MERCADO DE MÚSICA ELETRÔNICA É UM ESPELHO DO QUE ACONTECE NO MUNDO”

Outra figura que compartilha dessa mesma visão de falta de espaço e representatividade é a DJ Carol Mattos, 25 anos, que toca há três. Além de discotecar, Carol também é a idealizadora da festa Sintética, inteiramente produzida por mulheres, desde os palcos até a equipe de limpeza. “Eu queria criar um espaço em que as mulheres pudessem errar e aprender, porque é assim que você começa. E, por último, inverter a lógica dos line-ups, que são quase inteiramente masculinos, senão 100%.” (Leia mais sobre os projetos que querem mudar as estatísticas de gênero na cena eletrônica clicando aqui).

Esse “quase 100% masculinos” da fala de Carol se explica pelo que as DJs entrevistadas nessa reportagem chamam de “cota”: segundo elas, os produtores contratam algumas mulheres unicamente para não serem tachados de machistas ou preconceituosos. Isso não seria nenhuma uma exigência legal, mas algo do conceito “politicamente correto”, um moralismo forçado pela sociedade. “Isso é vergonhoso, mas ainda acontece muito: line-ups só com homens ou que as mulheres preenchem aquela cota mínima só para não pegar mal, mas colocam as minas para abrir, na pista 2 [palco secundário], exceto apenas se você for muito famosa e reconhecida”, conta a DJ Carol.

Além dela, Amanda Mussi, 32 anos, DJ desde 2012, que já ocupou o palco da principal festa de techno do mundo, a Berghain (Berlim), também conta que no início de sua carreira já foi contratada apenas para cumprir a regra de ter um nome feminino no line-up. Mariana Zampolli, citada no início dessa reportagem, também denunciou que já foi “contratada apenas porque os produtores queriam uma mulher no line-up”. Mas isso, segundo ela, também é preconceituoso: “Não estão me contratando pelo meu som, mas sim porque ele precisa de uma mulher”, conta.

Mariana Herzer, de 24 anos, também DJ profissional, residente da festa Mamba Negra, afirma que isso tudo acontece porque o machismo está presente em todos os ambientes e mercados. “A desigualdade no mercado de música eletrônica é um mero espelho do que acontece no mundo. O machismo é um sistema estruturalmente estabelecido: pilares invisíveis — aos olhos — o mantém funcionando. A prostituição, disparidade social, dificuldade para conseguir emprego, preconceito de gênero, salários menores, tratamento diferenciado desde a infância contribuem para que a mulher ocupe pouco espaço em ambientes artísticos, ao contrário dos homens. Para nos fazermos presentes em qualquer campo profissional, precisamos de mudanças estruturais”, diz.

No entanto, a produtora Adriana Neves, de 45 anos, diverge da opinião das artistas consultadas. Para ela, que está no mercado das festas eletrônicas desde 2015 e hoje organiza a festa Escape, o principal ponto para a contratação de um DJ é o set (conjunto de músicas tocadas pelo DJ) apresentado. “Acho a pesquisa e a bagagem musical o mais importante. O DJ não deve vir com um set pronto, mas sim construir um de acordo com o ‘feeling’ da festa. Eu acho um absurdo qualquer tipo de cota. Não contrato e nem contrataria um artista por gênero. Só contratamos por afinidade musical e admiração pelo trabalho”, afirma. Ela confirma o predomínio dos homens na cena, mas diz que as mulheres desta nova geração já têm muito mais espaço e lutam mais por reconhecimento.

Quem compartilha do mesmo pensamento de Adriana é seu sócio, o DJ e produtor Teo Cozzolino, conhecido na cena paulistana há três anos, pelo nome de T’eo C’ozz. O artista comenta que ainda vê muita desigualdade de gênero na cena mainstream da música eletrônica, mas que as vertentes undergrounds estão dando muito mais espaço às mulheres. “Temos sim ainda uma predominância absurda de homens nas festas, mas isso está mudando. A mulher está conseguindo seu espaço por meio dessa luta. E o que nós pensamos antes de contratar é sempre no som desse artista, e é isso que valida ou não a presença numa festa, independentemente de ser um homem ou uma mulher”, explica.

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"OS HOMENS TENTAM NOS DEIXAR INSEGURAS”

Para ser DJ atualmente não é preciso ter nenhum curso, diploma ou formação. Mesmo assim, os novos profissionais desse ramo têm optado por cursos livres oferecidos em escolas espalhadas pelo Brasil ou pela graduação na faculdade paulistana Anhembi Morumbi, única instituição que fornece esse tipo de formação. Já os profissionais da velha-guarda contam que aprenderam a tocar sozinhos ou com a ajuda de amigos, como Alessandro Santos, diretor do Sindecs (Sindicato dos DJs e Profissionais de Cabine de Som de São Paulo).

 

Santos é DJ há 30 anos e defende a regulamentação da profissão para conquista de maiores direitos aos artistas. (Entenda melhor o que fazer para ser DJ aqui). O diretor conta que o sindicato reconhece o preconceito que as mulheres sofrem no meio, e por isso oferece um canal de comunicação para que as DJs possam relatar esses problemas. “Infelizmente ainda existe aquela visão de a mulher é um objeto e pode fazer o que quiser com ela. E não é assim que funciona”, afirma.

Durante o processo formativo, e também na atuação profissional, a ideia de que as mulheres sabem menos que os homens aparece sempre: esse é um ponto comum na fala das DJs entrevistadas nesta reportagem. Elas têm a sensação de serem consideradas inferiores pelos homens o tempo todo. Afirmam também que os seus colegas de profissão acham que sempre podem lhes ensinar algo ou questionam frequentemente o modo como elas trabalham. “Já aconteceu de eu estar tocando, a pessoa olhar pra tela do computador para ver o que eu estou fazendo e falar: ‘Vira logo essa música, você vai perder o tempo’. Só que para mim aquele não era o momento de virar”, conta Bruna Coelho, jovem de 21 anos, DJ desde os 15, estudante de biologia na USP e co-fundadora do coletivo de festas Marmitechno, que busca levar música de maneira acessível aos amantes do gênero por meio de festas gratuitas pela capital.

Carol Mattos compartilha do mesmo sentimento de impotência de Bruna e explica que os episódios em que ela precisa se autoafirmar são frequentes. “São comuns situações em que os homens tentam nos deixar inseguras, ficam logo atrás observando se estamos mixando ‘corretamente’ e às vezes soltam um comentário do tipo: ‘Eu tocava assim quando estava começando’. DJs homens se sentem no direito de colocar a mão no nosso equipamento enquanto estamos tocando para ‘ajustar’ — algo que jamais fariam com outro homem. Ou, mesmo quando o set de uma DJ está impecável, ouço comentários como: ‘Ela sorri pouco, né? Muito séria’. Não basta ter uma pesquisa maravilhosa e construir um set incrível, ainda querem que a gente sorria para eles, nunca está bom o suficiente”, comenta.

Esse discurso masculino que inferioriza as mulheres é comprovado no estudo “Cultura DJ: as mulheres atrás das pick-ups”, de Julia Weckelmann, 26 anos, DJ e pesquisadora, que analisa a presença da mulher no mercado da música eletrônica brasileira. A investigação contou com a participação de 81 mulheres de diferentes regiões do Brasil, faixas etárias diversas, assim como tempos de carreira e cenas musicais. Na pesquisa, Julia Weckelmann identifica a propensão dos homens a desconsiderar o trabalho das mulheres. “Os abusos e violências simbólicas sofridas pelas mulheres são constantes nas vivências e trajetórias das DJs, e apareceram incontáveis vezes nas respostas das participantes, independentemente da cena ou cidade em que atuam. Percebi uma tendência a serem classificadas como amadoras por contratantes, técnicos de som e colegas DJs homens, e terem sua competência frequentemente questionada por esses agentes”, diz a pesquisadora à reportagem.

O relato da DJ Isabella Padoelli, 21 anos, estudante de produção de música eletrônica na Anhembi Morumbi, reforça a dificuldade das mulheres no contato com essas tecnologias musicais. Ela começou a tocar com 15 anos: fez curso de DJ em São Bernardo do Campo conciliando a formação com a faculdade de publicidade. Descobriu então, que a propaganda não era seu real desejo de profissão e, por isso, abandonou o curso e se matriculou na universidade para levar a atividade de DJ como carreira. Hoje, ela é residente (tem trabalho fixo em uma casa noturna) em dois importantes clubes no litoral de São Paulo, Balneário, na Barra do Una, e Banana’s Beach Club, na praia Preta. “Da minha sala, eu sou a única mulher que toca. Quando eu comecei a aprender foi fácil, mas para a maioria das mulheres não é assim, eu vejo que as minhas colegas de classe têm mais dificuldade do que os homens.”

Carol Mattos já passou por uma situação semelhante. “Um técnico de som teve a audácia de me dizer, quando pedi que reduzisse o agudo, que o equipamento era uma tecnologia de ponta, que se ajustava automaticamente ao ambiente. Isso não existe. Não é à toa que estão surgindo tantos cursos de sonorização para mulheres, para termos independência nesse tipo de situação. Um DJ homem não precisa ter esse tipo de conhecimento para ser ouvido, nós sim, e às vezes nem assim”, conta.

Diferentemente de Isabella, Carol, Bruna e Julia, a DJ Camila Giamelaro, 37 anos, diz não se sentir pressionada ou reprimida na cena. DJ desde os 25 anos, ela e o marido, Rene Castanho, de 39, compõem o duo Binaryh, que está no mercado há dois anos. Camila acredita que o techno tem proporcionado mais espaço às mulheres que se dedicam à atividade. “Eu acho que esse lance da mulher se sentir pressionada por preconceito é da cabeça de cada um. Como mulher, tenho que correr atrás do meu trabalho tanto quanto um homem, porque existem muitos homens que fazem um bom trabalho e que não têm reconhecimento, assim como tem muitas mulheres que fazem um bom trabalho e não têm reconhecimento”, comenta. Ela diz ainda que não acredita que a presença do marido durante o trabalho tenha favorecido sua experiência.

Rene, que é DJ profissional desde 2003, explica, no entanto, que tinha medo de sua mulher sofrer preconceito: sua preocupação inicial era que o trabalho da esposa fosse menosprezado ou que apenas o seu nome fosse considerado. “Eu não faria nada sozinho: a parte dela é tão importante quanto a minha. Eu tive essa preocupação na hora de montar o set up sim, justamente porque eu quero que ela seja vista da mesma forma que eu. São dois profissionais fazendo música ao vivo”, diz. Leia mais sobre a trajetória do Duo Binaryh e as diferentes opiniões sobre o tema aqui.

Elas No Techno
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“VEJO ASSÉDIOS MIL”

“Já são poucas as mulheres que são DJs, e as que são sofrem assédio”, afirma Carol Mattos. Esse tipo de comentário foi comum nas entrevistas realizadas para a construção desta reportagem: foram vários os casos de assédio e desrespeito  relatados, e não apenas durante o trabalho de discotecagem. Bruna Coelho afirma: “Você não pode ficar só de biquíni dançando porque os caras vão passar a mão e sempre passam, pode ser em qualquer festival. Eu acho que essa é a parte mais difícil de tudo, porque você não precisa nem estar trabalhando para sofrer isso”.

A pesquisadora Julia Weckelmann conta que 76% das DJs participantes de sua investigação alegaram já terem passado, mais de uma vez, por situações delicadas ligadas ao fato de serem mulheres, envolvendo agentes e contratantes do universo da discotecagem, participantes do mercado, como vendedores de equipamentos, DJs homens e até mesmo amigos. Elas sofrem o chamado assédio moral (exposições repetidas e situações humilhantes durante a jornada de trabalho) e sexual (caracterizado por qualquer manifestação de cunho sexual ou constrangedora com intuito de obter vantagem ou favorecimento).

Prova disso é Mariana Zampoli, que narra a dificuldade das mulheres em serem levadas a sério durante a negociação de um trabalho com um produtor de festa: “As pessoas confundem muito o fato de você ser mulher. Todos os organizadores de festas ‘levam pra outro lado’ a conversa que tenho com eles. Eles tratam você de outra forma, criam uma intimidade que não existe, com uma liberdade que você não deu. E aí você se vê num jogo complicado, principalmente eu, que estou começando: não posso me dar ao luxo de criar uma rixa. Você não pode falar não, e isso é uma das coisas que mais me chateia sendo mulher”.

Isabella compartilha da mesma visão, apesar de afirmar que nunca sofreu assédio. “Tem alguns caras que olham, e ficam falando que querem subir no palco, mas eu nem dou bola”, conta. No entanto, isso já seria caracterizado como assédio, como afirmam especialistas na área do direito ouvidas nesta reportagem (Veja no texto "Em caso de assédio, reaja!"). Já Bruna conta que não sabe a forma correta de agir nessas situações. “Passei por situações em que o técnico que estava ajudando no som passou a mão em mim e eu tava no meio do set e não podia fazer nada. Não dá pra chorar também de nervoso porque tem um monte de gente olhando pra você. Só que eu não sei muito o que fazer, sabe? Ignorar, talvez?”.

A DJ Carol Mattos também relata acerca do assunto: “Vejo assédios mil: verbais, corporais, homens que dançam ‘se encoxando’, que pegam em nosso corpo sem pedir. Homens fotografando performers nuas sem pedir permissão, ao ponto de deixá-las desconfortáveis, homens assediando casais de lésbicas, pedindo para participar. A lista não tem fim”, conta Carol.

 

Ela diz também que as profissionais têm alertado cada vez mais sobre o assédio, mas muitas vezes isso não resulta em nenhum tipo de punição ou transformação nos cenários dos eventos. “O único problema que tínhamos nas festas [organizadas por ela] em relação à segurança era assédio. Nunca houve briga nem nada do tipo, roubos eram raros, mas os assédios eram recorrentes. E não adiantava nada orientar a equipe de seguranças, trocar de time, pedir que tivessem tolerância zero com assédio, porque eles sempre faziam vista grossa, quando não acontecia de eles mesmos assediarem as meninas na festa.” Hoje, com equipe totalmente feminina, esse problema acabou.

Muitos casos de assédio não têm punição porque a vítima nem sabe como fazer uma denuncia formal. Para mudar isso, atualmente, existem instituições e grupos que apoiam as mulheres que passam por esse tipo de situação. Clique aqui e saiba sobre os direitos legais de quem sofre violência.

 

Segundo Isabela Del Monde, advogada e cofundadora da Rede Feminista de Juristas, é importante que as mulheres presentes na cena techno se unam e se auto-organizem para exigir condições seguras de trabalho. Isso tornaria o trabalho menos individualizado e evitaria risco de retaliação dos produtores e organizadores de festas. “Precisa existir um treinamento e protocolo especial de atendimento sobre como agir em casos de violência contra a mulher. É preciso tirar esses locais da mentira e da omissão, e trazê-los para um lugar de formação e informação”, defende.

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